Nas salas de aula encontramos turmas compostas por estudantes que aprendem a matemática em diferentes ritmos e formas e por meio de tipos de pensamento variados. A cada novo conteúdo, nos deparamos com estudantes que avançam mais rapidamente que a maioria e outros que necessitam de um tempo maior para a assimilação e/ou apresentam dificuldades em conteúdos trabalhados nas séries anteriores, sendo que todos eles dividem um mesmo tempo e espaço: as aulas de matemática. A volta presencial, depois do tempo de escolas com aulas remotas, explicita, ainda mais, a heterogeneidade dos saberes, modos de aprender e percursos trilhados nas aulas online dos nossos alunos e alunas. Cientes desta diversidade, pensar em propostas que permitam que todos avancem torna-se um imperativo para os docentes.
Se um dos princípios é que o aprendizado da matemática deve ser acessível a todos e que as salas de aula são formadas por grupos heterogêneos, promover um ensino de matemática para todos significa “ensinar uma matemática mais fácil, diminuindo o nível de exigência”? Significa propor as mesmas tarefas para todos e depois oferecer mais do mesmo apenas para os que não alcançarem o objetivo? Significa individualizar o ensino, tornando a disposição de estudantes em classes um aspecto meramente organizacional? Para nós, a resposta para todas essas perguntas é negativa, o que nos leva a uma difícil tarefa: promover no dia a dia situações que contribuam para a construção coletiva do conhecimento que deem conta de ajudar esses alunos e essas alunas com maior dificuldade sem deixar de propor situações desafiadoras para aqueles e aquelas que mostram maior competência na disciplina.
Surgem então as seguintes perguntas: como promover situações desse tipo? E o tempo para planejar essas atividades? Como saber o que cada estudante precisa? O professor ou professora consegue atender a todos durante a aula?
Fica claro que cuidar da diversidade é uma tarefa bastante desafiadora e que exige estratégias para que ela ocorra na prática e não fique apenas no campo do discurso e do desejo. Analisar possibilidades de agrupamentos, atividades, intervenção docente, entre outros, é um caminho para entender as potencialidades de cada dinâmica e poder planejar situações que ajudem todos e todas a aprenderem cada vez mais.
Além da difícil tarefa já citada anteriormente, o desafio também é dado por outra exigência: para promover as situações que consideram a diversidade, será necessário um conhecimento profundo sobre os estudantes por parte dos docentes. Isto evidencia o papel do acompanhamento das suas produções e a avaliação formativa na escola.
Por fim, cabe mencionar que o atendimento à diversidade torna-se mais ajustado à medida que os alunos e as alunas reconhecem as suas necessidades e tomam para si a responsabilidade pelos seus avanços. Assim, inserir todos e todas estudantes nos processos de diferenciação é uma opção bastante potente, pois faz com que eles e elas reflitam sobre sua aprendizagem, dificuldades, facilidades, percursos e possibilidades de interação com seus pares.
Estamos muito felizes com o retorno dos cursos presenciais e esperamos rever nossos parceiros históricos e conhecer nosso novo público!
Confira a Programação de Verão dos cursos presenciais do Centro de Formação da Vila e inscreva-se ainda hoje no curso Propostas para cuidar dos diferentes tempos e modos de aprender nas aulas de matemática, onde vamos discutir estratégias para lidar com a heterogeneidade nas aulas de matemática, apresentando propostas aplicadas nas aulas de matemática do Ensino Fundamental 2 da Escola da Vila nos últimos anos, com a professora e formadora do Centro de Formação da Vila, Renata Akemi.