O currículo escolar é um terreno de inúmeros desafios e múltiplas dificuldades. Em instituições públicas é necessário utilizar documentos e diretrizes oficiais, mas, transformando algo amplo, em uma realidade de cada escola. Em instituições particulares é preciso definir quem organiza, quem aprofunda, quem coloca em prática o tal do currículo. E em todas instituições implica pensar: por onde começar, e quando é preciso avaliar o currículo?
Em 2019 o Centro de formação da Vila procurou contribuir com esta discussão tão atual em tempos de atualização curricular após a aprovação da BNCC: Base Nacional Comum Curricular em dezembro de 2017, promovendo um ciclo de encontros sobre o tema da atualização curricular. Este ciclo fez parte do programa ZDP – Zona de Desenvolvimento Profissional, que reúne diferentes instituições durante 1 ano para pensar junto com especialistas convidados, sobre temas de interesse para as escolas.
Mas como promover tal contribuição a este debate?
Na verdade, desde os ZDPs de 2017 e 2018, nos quais pensamos e analisamos profundamente os eixos de trabalho dentro das Práticas de Linguagem, iniciamos uma reflexão sobre o tema por meio de discussões nas quais a BNCC já esteve presente. Assim, em 2019 a proposta foi ampliar para diferentes áreas de conhecimento: matemática, ciências naturais, ciências sociais e artes, garantindo assim que todos os profissionais envolvidos pudessem pensar de forma ampla em seus currículos.
Cada jornada teve sua especificidade. Passamos da focalização em discussões em aulas de matemática de Patrícia Sadovsky para as análises cuidadosas dos agentes sociais de Isabelino Siede. Continuamos com a experimentação constante de Melina Furman para fechar com o olhar para os tempos e estados de atenção de Virginia Kastrup. Com uma autoria e uma marca bastante específica de cada formador especialista em sua área, as Jornadas abriram o olhar dos participantes para o que significa considerar os conteúdos de uma área em um currículo para além do que será ensinado, mas ampliando muito o como, a concretização na sala de aula, a forma de tornar o currículo algo vivo e flexível, como deve ser.
Em muitos momentos existia uma vontade grande de que respostas mais fechadas fossem ditas: devo ensinar álgebra realmente no 4º ano? Mas de que forma inserir entrevistas no 1º ano? Como vou discutir o registro de um experimento com crianças de 5 anos? É mesmo possível pensar em estados de atenção em 9º ano? Mas todos nos mostraram possibilidades, e não setas que indicassem o único caminho a seguir. Este é sempre o encantamento no ZDP, o programa que abre muitas possibilidades, mas nunca deixa de devolver a cada um a sua própria autoria e responsabilidade de como voltar com as provocações feitas e torná-las de cada um, de cada escola.
Escrito por Miruna Kayano – Coordenadora do programa ZDP
Caso queiram ver um pouquinho do que aconteceu no ZDP 2019, cliquem nos links abaixo:
ZDP 1 – MATEMÁTICA
ZDP 2 – CIÊNCIAS SOCIAIS
ZDP 3 – CIÊNCIAS NATURAIS
ZDP 4 – ARTE
E, caso queira saber o que vem em 2020, clique aqui.