No final do mês de julho, tivemos nossa semana da Programação de Inverno. São quatro dias intensos. As pessoas vêm de diferentes estados do Brasil para participar de cursos sobre diferentes temas. Em vez de viajarem de férias, mais de 400 educadores vieram para refletir, discutir, trocar experiências em suma, investindo no seu desenvolvimento profissional. Estes educadores sabem que, por mais que a formação inicial seja boa (o que, infelizmente, não é a regra) para ser um bom professor, é preciso seguir aprendendo por toda a vida.
Assim, a Escola da Vila, onde os cursos acontecem, fica repleta de professoras-alunas e professores-alunos. Merece destaque o fato de que 75% destes vêm em grupo. Os grupos variam de tamanho – há escolas que mandam mais de 20 profissionais, outras três ou quatro. Há também representantes de redes públicas – gestores, que atuam na formação e acompanhamento pedagógico de um grupo de escolas.
Em grupo
Vir em grupo têm muitas vantagens. Além de ser divertido e ter companhia de colegas, o fato de frequentarem os cursos juntos, permite que haja um intercâmbio fértil de ideias e favorece o avanço das reflexões da equipe, pois há um repertório comum de experiências.
Quando um professor frequenta um curso por conta própria, sem dúvida ganha com isso, pois terá novos instrumentos para aprimorar sua prática. Alguns, contrariando o ditado que diz “uma andorinha só não faz verão”, ao voltarem às suas escolas empolgados, compartilham o que aprenderam e mobilizam os colegas, a coordenação e até a direção para que revejam essa ou aquela prática, estudem este ou aquele autor e para que, na próxima temporada de cursos, participem também.
Os grupos que frequentam os cursos se utilizam de diferentes estratégias. Alguns, dividem-se, de modo que cada uma faz um curso diferente e, ao voltarem para suas escolas, compartilham os materiais, expõem as principais ideias e discussões. Outros, vão todos para um mesmo curso – isso geralmente ocorre quando a equipe está estudando ou revendo algum tema específico e o curso justamente atende à necessidade de aprofundamento ou, também, para que tenham exemplos de como se pode atuar de acordo com aquele concepção.
Seja qual for o interesse imediato do grupo, ao incentivar a equipe a participar dos cursos (muitas vezes, inclusive subsidiando financeiramente), os responsáveis pela instituição – seja ela pública ou privada – demonstram não só que valorizam o desenvolvimento profissional de seus educadores, mas também que acreditam na força do trabalho em colaboração e na importância de estar sempre aberto à troca de experiências e à revisão de seu projeto pedagógico.
Sem dúvida, para o projeto pedagógico, as construções coletivas são muito mais consistentes.