Por Aline E. Martins
Começamos o ano letivo de 2025 destacando a relevância da construção de ambientes que favorecem a criatividade. Na palestra Criatividade: chave da educação, que abriu a Programação de Verão do Centro de Formação da Vila, a professora Rosa Iavelberg destacou que:
- a criatividade não é algo que ocorre espontaneamente; é uma construção, que pode ser potencializada pelas nossas práticas;
- a escola deve nutrir a confiança na capacidade de criar.
Essas questões tão mobilizadoras vêm nos acompanhando desde janeiro. Quais são as melhores práticas para a aprendizagem da criatividade? Que domínios da criatividade temos contemplado? Como temos nutrido nos estudantes a confiança na capacidade de criar?
Ao longo do semestre, nos vimos às voltas com os avanços da IA, o intenso debate sobre adolescência, convivência e educação digital, a proximidade da COP 30 e o compromisso com a educação para a sustentabilidade, a urgência de construir a cada dia uma escola mais inclusiva. Encontramos caminhos criativos para lidar com tantos desafios?
Não para todos, certamente. Mas o semestre foi rico em formações e sistematizações. Estudos e registros que estavam em andamento se aprofundaram, práticas consolidadas se fortaleceram, novas propostas provaram seu potencial. Este intenso processo de estudar, criar, aplicar, analisar, documentar e debater as boas práticas deu origem aos cursos que apresentamos nesta
Programação de Inverno do Centro de Formação da Vila. Vamos a eles!
Convivência e formação moral
O sucesso da série Adolescência e o intenso debate sobre esta etapa do desenvolvimento trouxe à tona questões relevantes sobre a educação de adolescentes na contemporaneidade. Orientadores educacionais, professores, coordenadores, familiares e estudantes se engajaram em discussões sobre convivência, construção de ambientes colaborativos, comunicação, confiança, formação da personalidade moral. O que temos criado nesse campo? Que estudos e que boas práticas podemos compartilhar?
Nessa perspectiva, organizamos dois cursos na área de convivência e formação moral: um voltado aos anos iniciais do Ensino Fundamental, outro contemplando mais fortemente os anos finais do Ensino Fundamental e o Ensino Médio.
Adolescer e engajar: ações possíveis
Trabalho em grupo e assembleias escolares: diálogo e cooperação na formação do estudante
Educação Digital
Se há coerência entre as práticas de Ensino Fundamental e as de Ensino Médio no que se refere à construção de um ambiente pautado pela qualidade das relações, não poderia faltar coerência na relação entre a qualidade das interações no mundo físico e no ambiente digital. Por um lado, a tecnologia oferece recursos importantes para a melhoria das práticas pedagógicas, por outro, cria desafios para os quais precisamos estar preparados.
Os cursos na área de Educação Digital oferecem boas oportunidades para aprofundar essa discussão e ampliar o repertório de boas práticas.
Inteligência artificial e suas implicações educacionais
Cidadania digital na prática: construindo relações éticas e seguras online
Experiência estética
Em um projeto que privilegia a aprendizagem da criatividade, a experiência estética deve ocupar um lugar de destaque. Apreciar a criação de artistas, seja por meio da imagem, seja por meio da palavra, abre espaço para a experiência sensível, o autoconhecimento e o prazer estético que, “longe de operar por magia, se constrói”. Não sem esforço, não sem incômodos, não sem engajamento, como veremos nos cursos Mundos de ficção e aprendizagens literárias- a formação do leitor na EI e no EF1 e
O ateliê como espaço de conhecimento. Práticas de arte na Educação Infantil e no Ensino Fundamental .
Práticas de linguagem
As práticas de linguagem estarão também contempladas em dois cursos que discutem a formação do leitor e do escritor, partindo da ideia de que existem diferentes tempos, ritmos e caminhos para a progressão das aprendizagens das habilidades de leitura e escrita. Como isso acontece na alfabetização inicial? Como avançar, depois que as crianças já leem e escrevem convencionalmente? E como seguir com coerência por todo o percurso, sobretudo na passagem dos anos iniciais para os anos finais do Enfim Fundamental?
Alfabetização e práticas sociais de leitura e escrita
Da textualização à versão final: práticas diversificadas de revisão textual
Passagem de segmentos
A passagem de segmentos será também discutida no curso Matemática na Educação Infantil e no 1º Ano: da curiosidade à construção do saber, que vai abordar a coerência entre as propostas de Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, partindo do princípio de que vivências com sentido, experiências significativas, respeito aos modos de ser e aprender das crianças, valorização das curiosidades e hipóteses infantis devem permear o currículo dos dois segmentos.
Ao todo, são 10 opções de cursos, oferecidos nas modalidades presencial e online, abordando diversas áreas e voltados a educadores de todos os segmentos.
Estamos animados com a possibilidade de estar novamente em contato com nossa comunidade educativa.
Esperamos você!
1 – Tauveron, Catherine (org.). Lire la littérature à l’école. Paris: Hatier, 2002. P. 14.