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Formar indivíduos livres

Pensar a educação nos dias de hoje é pensar no que se quer para o mundo. Que tipo de pessoas queremos para a sociedade dos próximos anos.

O professor Antoni Zabala, formador da Universidade de Barcelona, orientador e referência dos educadores das escolas da Bahema Educação, nos disse em encontro recente: formamos indivíduos para serem livres.

A beleza dessa afirmação é a consciência de que o saber é a base da liberdade, como já dizia Paulo Freire.

Os desafios da escola, então, são oferecer condições para que seus alunos e alunas se tornem indivíduos pensantes, conscientes, capazes de compreender e atuar no mundo conectado, globalizado, em que as nações e os povos se mostram cada vez mais interligados e interdependentes.

Nesse contexto, a língua inglesa, dado seu status de língua franca, é um conhecimento fundamental para que se possa ter participação ativa em qualquer parte do mundo, seja numa simples viagem de turismo pedindo e recebendo informações, seja estudando as descobertas científicas, certamente publicadas no idioma original e inglês, seja desfrutando de filmes, livros, documentários que, quando se pretendem internacionais, contam com versão em inglês, e assim por diante.

Por um lado, ainda se ouvem questionamentos sobre a divisão dos tempos de aprendizagem na escola, em alguns casos, com a sensação de que o fortalecimento dos programas de inglês e internacionalização enfraquece outras áreas do desenvolvimento dos estudantes. No entanto, na perspectiva da formação de competências para o futuro, estes questionamentos são facilmente esclarecidos.

Ao colocar os alunos e alunas para enfrentar situações sociais de comunicação, promove-se o desenvolvimento da proficiência linguística, sem dúvida. Ao mesmo tempo, desenvolve-se a autoconfiança na capacidade de dar conta daquela comunicação, um repertório de situações e estratégias que funcionam ou não e porquê, a reflexão sobre tudo o que está envolvido nestas situações como os costumes de cada interlocutor, o contexto em que se dá, as implicações pessoais de cada interlocutor e tanto mais.

Como exemplo, cito um projeto em que meus alunos e alunas do ensino médio trocavam correspondência com estudantes da mesma idade de outros países por meio de um site de colaboração internacional chamado iEarn.

A cada ano os parceiros eram de países diferentes do mundo: Holanda, Paquistão, Coreia. Além de atender aos requisitos do projeto, os alunos e alunas trocavam informações e conhecimentos sobre os pares, explorando saberes sobre: Como é a escola nesses países? Que tipo de influência a organização social tem na escola e na vida dos adolescentes? Também tinham curiosidades sobre aspectos pessoais como os nomes dos colegas: esta palavra é seu nome ou sobrenome? Há alguma indicação de gênero nos nomes? Eles expressam algum significado?

As trocas sempre traziam alguma curiosidade ou estranhamento que abria novas discussões na sala de aula (e fora dela!). Os documentos que servem de referência para as propostas da área de internacionalização e idioma, a BNCC e o CEFR, deixam claro que os programas de ensino e aprendizagem do idioma devem ser orientados para a formação destes cidadãos ativos, usuários da língua capazes de acionar seus conhecimentos para resolver situações reais de comunicação.

… the CEFR takes an innovative stance in seeing learners as language users and social agents, and thus seeing language as a vehicle for communication rather than as a subject to study. (…) The methodological message of the CEFR is that language learning should be directed towards enabling learners to act in real-life situations, expressing themselves and accomplishing tasks of different natures.”


Formar indivíduos
livres significa dar a eles as ferramentas necessárias para fazer suas escolhas, de forma consciente e crítica.

 

Escrito por Sandra Baumel Durazzo – Assessora de internacionalização da Bahema Educação
Os textos aqui publicados não refletem, necessariamente, a opinião do Centro de Formação.

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