O corpo brincante na Educação Infantil: reflexões para uma prática de corpo inteiro.

                                                                                                                                                                                                                                                                             Por Day Monteiro e Jessica Evelin

Que as crianças exploram o mundo de corpo inteiro, não é nenhuma novidade para quem acompanha de perto as investigações das infâncias. Entretanto, um dos muitos desafios de educadoras e educadores da Educação Infantil é pensar um currículo que respeite as necessidades das crianças de se movimentar. 

A escola, como reflexo da sociedade, muitas vezes caminha para um olhar de valorização apenas do que é da mente, aquilo que chamamos de intelecto, em detrimento do que diz respeito ao corpo. Nesse sentido, Sayão (2008) vem nos lembrar que cabeça e corpo compõem um todo indissociável, o que nos faz questionar se: como escola, estamos de fato propondo espaços e atividades que permitam a valorização de ambos? Esperamos que as crianças permaneçam quietas e organizadas como garantia de aprendizado? E o tempo dedicado ao parque e a brincadeira livre, estariam de fato contemplados em nossas rotinas? 

É pressuposto que na atuação de professoras e professores de crianças pequenas e bem pequenas, estes estejam dispostos a brincar também, dando exemplo de corpo brincante e acionando uma forma de ser e estar que respeite também suas próprias investigações, que agora partem das suas experiências de adulto. É por isso que esses e outros temas que envolvem também a corporeidade das educadoras e educadores precisam estar presentes nos espaços de reflexão sobre as práticas, sejam reuniões pedagógicas ou vivências, não apenas como espaço de estudo teórico, mas também em oficinas que levem os adultos a experienciar de corpo inteiro. 

Para além do corpo brincante e da reflexão sobre cabeças e corpos na Educação Infantil, em nosso curso traremos alguns repertórios de jogos e brincadeiras em diferentes contextos, incorporando propostas tradicionais de outras culturas, valorizando histórias e tradições, não apenas as eurocentradas. 

Ao proporcionar espaços para  discussão e reflexão sobre a importância dessa temática no contexto escolar, educadoras e educadores contribuem para a construção de uma prática pedagógica rica e significativa. Venha refletir com a gente! 

Referências bibliográficas

SAYÃO, Deborah T. Cabeças e corpos, adultos e crianças: cadê o movimento e quem separou tudo isso? Revista Eletrônica de Educação. São Carlos/SP: UFSCar, v. 2, n. 2: 92-105, nov. 2008.

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