[1] Bruno Maia
Os Trabalhos de Campo, também chamados de Estudos do Meio, são de extrema importância para o Projeto Educar para a Sustentabilidade da Escola Parque. Eles são colocados em prática a partir do Plano de Ações Socioambientais e da Agenda Socioambiental da Escola. Alguns benefícios dos Trabalhos de Campo incluem: conhecer outros ambientes, conhecer outras culturas, encontrar pessoas com realidades socioculturais diferentes, realizar trabalhos em grupo, pesquisa, investigação e ampliar o conhecimento por meio de experiência de vida transformadora.
Um dos principais elementos do Pilar da Sustentabilidade é o Trabalho de Campo de todos os segmentos e o seu alinhamento com o foco socioambiental. Os Trabalhos, ou Saídas de Campo, acontecem em todos os segmentos da Escola, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Na Educação Infantil são realizadas Saídas de Campo na própria cidade do Rio, e no Ensino Fundamental 1 acontecem as primeiras viagens para fora da cidade, nas quais visitamos outros municípios do Estado. No Fundamental 2, os alunos viajam, a cada ano, para um Estado diferente. No Ensino Médio, os estudantes conhecem biomas diferentes do país.
Um desses biomas visitados pelos alunos da 2ª série do Ensino Médio é a Amazônia. O Trabalho de Campo da Amazônia tem como proposta principal a vivência na Floresta Amazônica e nas comunidades locais, ribeirinhas e indígenas. Ao ter contato com o ambiente e com as pessoas, os estudantes têm a oportunidade de aprender a conhecê-los – para além dos estereótipos que circulam sobre esses grupos e suas comunidades – e valorizá-los. Promove também a ampliação do olhar crítico e da consciência em relação às questões socioambientais que impactam a Amazônia, como: as queimadas, o desmatamento, a mineração, as mudanças climáticas, entre outros. Ao mesmo tempo, os estudantes terão mais ferramentas para pensar e colocar em prática soluções individuais e coletivas em busca da sustentabilidade no Planeta.
Os objetivos da viagem envolvem não só conhecer o bioma, mas as diferentes culturas, pessoas de diferentes realidades socioculturais, respeitar a diversidade cultural e a biodiversidade, realizar trabalhos em grupo e registros, como diários de bordo, realizar atividades práticas, vivenciar modos de vida diferentes das grandes cidades, ampliar a ética do cuidado com a Casa Comum e extrapolar os muros da escola para a aprendizagem.
“O que eu levo dessa viagem da Amazônia é a responsabilidade de cuidar da natureza e cuidar das comunidades (indígena e ribeirinha) que visitamos e dos direitos deles.”
(Bianca, 3ª série do EM)
Não se trata apenas de uma viagem, mas sim de um projeto pedagógico de uma série, que se dá por meio de projetos, discussões em diferentes disciplinas, palestras de convidados, vídeos, rodas de conversa, entre outras atividades possíveis de serem realizadas presencialmente ou à distância, antes ou depois da viagem e ao longo do ano. Muito importante manter viva a cultura dos Trabalhos de Campo ao longo dos anos, no imaginário dos alunos.
“É uma viagem que todo mundo espera desde que entra na Escola Parque. Entrei no 5ºano e sempre esperei por essa viagem. Com certeza foi uma das maiores experiências da minha vida!”
(Nina, 3ª série EM)
Muitos de nossos parceiros, ao redor do Brasil, que nos recebem nos Trabalhos de Campo, são indígenas, quilombolas, ribeirinhos, entre outros. Seus conhecimentos são fundamentais para a formação dos alunos. Essa troca de experiências e essa riqueza de diversas culturas e ambientes contribuem para o que chamamos de cidadania planetária e também para a formação de seres humanos mais responsáveis com a vida na Terra.
[1] Bruno Maia é Mestre em Educação para a Sustentabilidade, Coordenador de Sustentabilidade da Escola Parque.
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