Linguagens afrorreferenciadas em movimento

por Cinthia Benute, Leca Olomidará Doretto e Paula Lisboa

Pensar práticas pedagógicas decoloniais é fundamental quando buscamos transformar a educação a partir de um enfoque antirracista e que traga outras epistemes para a sala de aula. Esse “giro” exige reconhecer que saberes ancestrais, culturais e sensoriais também são formas legítimas de aprendizado e transmissão de conhecimento.

“Nosso corpo, mais do que um meio de expressão, é um ambiente de inscrição de saberes” (Martins, 2021). Reconhecê-lo e evocá-lo como um espaço de aprendizado abre possibilidades para práticas educativas mais sensíveis, integrativas e conectadas com a realidade dos nossos tempos.

Na oficina “Linguagens afrorreferenciadas em movimento”, convidamos você, educadora e educador, a experienciar algumas das riquezas das culturas afrorreferenciadas pela dança e pelo movimento. 

Percorreremos propostas prático-pedagógicas que trarão alguns dos fundamentos das culturas afrorreferenciadas, como: o binômio indissociável entre corporalidade e oralidade, trabalhando com histórias da mitologia afro-brasileira, os itans – narrativas ancestrais da cultura iorubá, que transcendem o tempo ao transmitir ensinamentos sobre ética, espiritualidade e relações sociais; e que estão muitas vezes grafadas em gestos e matrizes de movimento, como nas danças dos Orixás.

Participar desta vivência é uma oportunidade de ampliar sua visão sobre africanidades e suas manifestações na diáspora, ter contato com outras cosmopercepções de vida e experimentar percursos didáticos para o desenvolvimento de práticas pedagógicas criativas e significativas, que valorizem os saberes afrorreferenciados ancestrais como tecnologias de ensino importante aos novos tempos. 

Experimentar e vivenciar no próprio corpo novas formas de ensinar e aprender, trazendo o sensível e o expressivo para o centro da sua prática, amplia as possibilidades do processo de aprendizagem. Como nos lembra Ailton Krenak, “o futuro é ancestral”. Convidamos você a trilhar este caminho conosco e ressignificar sua prática educativa.

REFERÊNCIAS

MARTINS, Leda Maria. Performances do tempo espiralar: poéticas do corpo-tela. Rio de Janeiro: Cobogó, 2021b. (Encruzilhada).

KRENAK, Ailton. Futuro ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

 

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