Fernando Cardoso e Marília Costa
É muito comum as pessoas comentarem, com certo saudosismo ou perplexidade, a respeito das muitas mudanças ocorridas nos últimos anos nas formas de se comunicar, se relacionar, brincar, se alimentar, estudar, viver!
E em relação à constituição familiar temos hoje novas configurações, novas dinâmicas relacionais e novos papéis de gênero – famílias com dois provedores, famílias monoparentais, casais do mesmo sexo, famílias multirraciais, famílias ampliadas com a inclusão de madrastas e padrastos, pessoas que se tornam pais ou mães pela primeira vez na idade em que outros se tornam avós, pessoas que iniciam uma segunda família na meia idade -, enfim, são muitas as mudanças se tivermos em mente o modelo tradicional de família, que imperou durante muito tempo em nossa sociedade.
É óbvio que todas essas mudanças impactam fortemente a educação de crianças e jovens. Frequentemente, pais e mães se sentem sem referências sobre como educar seus filhos e filhas. Na escola, profissionais da educação vêem seu papel ser ressignificado, ao assumirem novas responsabilidades, na perspectiva de uma educação integral, que envolve as múltiplas dimensões do desenvolvimento humano.
Já não basta ensinar os conteúdos acadêmicos, é preciso também ensinar os procedimentos de estudante que garantam a aprendizagem de forma permanente ao longo da vida, assim como os valores e atitudes necessários para uma convivência saudável e para a participação cidadã. Além disso tudo, é necessário ensinar a produzir de forma compartilhada e responsabilizar-se pelo seu próprio desenvolvimento e o de outros. Enfim, a lista é grande das responsabilidades de uma escola com qualidade social e ainda temos poucas referências de como enfrentar todos esses desafios, pois as mudanças foram rápidas e profundas.
Para dar conta dessa diversidade e complexidade é necessário que famílias e educadores assumam, ao mesmo tempo, funções distintas e complementares, quando se trata da educação das novas gerações, pois uma educação de qualidade pressupõe família e escola olhando na mesma direção e compartilhando um mesmo projeto de formação, que inclui saberes teóricos e práticos, princípios, valores e atitudes, os quais vão balizar a vida das crianças e jovens.
Aos educadores fica o desafio de ressignificar não apenas o seu papel na escolaridade das crianças e jovens, como também de conhecer e aceitar como naturais as transformações na composição familiar, estabelecendo relações empáticas com os familiares de seus alunos e suas alunas. É fundamental e urgente enfrentar o desafio de construir um repertório de boas práticas com o objetivo de fortalecer a tão necessária parceria entre famílias e escola.
Que tal refletir conosco sobre todos estes assuntos?
Em julho de 2023, o curso: Escola e Famílias: entre tropeços e (re)começos, se propõe a criar um espaço de troca de experiências entre os participantes tendo como base alguns aportes teóricos sobre esta temática, de modo que ao final, seja possível construir um repertório comum de diretrizes e eixos de trabalho que colaborem para a construção de propostas de boas práticas escolares que fortalecem a parceria entre famílias e escola e a reflexão sobre os pontos de encontros e de conflitos na relação família-escola.
Ficou com vontade de aprofundar estas questões? Participe do nosso curso