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O que é a confiança? Quais são suas facetas? Como é construída?

Foi com estas provocações iniciais que o professor José Weinstein, da Universidade Diego Portales, Chile, deu início à sua palestra intitulada “Liderança e Confiança relacional na escola”, em um programa de parceria estabelecido com o Centro de Formação da Vila.

Este encontro faz parte de um amplo programa formativo, voltado para coordenadores, orientadores e diretores escolares que têm como parte de suas atribuições profissionais, os processos de formação continuada e supervisão da prática docente.

A partir de uma ampla análise da polissemia do termo, o professor José nos conduziu a uma importante reflexão sobre os laços de confiança que construímos – ou destruímos – na escola, com a equipe de profissionais com a qual atuamos.

Mostrou evidências de que a confiança é um dos elementos mais importantes para o sucesso dos processos de aprendizagens dos alunos e que, portanto, requer atenção especial de todos nós que atuamos nas escolas.

Construir a confiança

Entre outros aspectos relevantes, o professor Weinstein nos mostrou que a confiança não é estática e imutável. Ao contrário, ela depende das ações cotidianas que podem incrementá-la ou desestimulá-la e sobretudo, ela pode ser recuperada, evidenciando que deve haver espaço para o erro também nas relações humanas.

Ele destacou alguns elementos que podem ajudar a aumentar a confiança da equipe na liderança escolar, como: a capacidade de manter a confidencialidade de certas informações, a possibilidade de dar apoio e conselhos aos profissionais, a expressão da confiança no trabalho docente. Em contrapartida, alertou também sobre condutas que levam à diminuição da confiança da equipe no gestor escolar como: a realização de comentários negativos sobre outros docentes, a não proteção dos membros da equipe e o não cumprimento de promessas ou acordos. Muito embora estes elementos possam ser de conhecimento público, a atenção a eles não é frequente, muito menos a reflexão profissional sobre condutas desta ordem.

O trabalho do formador no âmbito escolar, sabemos, só alcança o sucesso à medida que se pode analisar a prática do professor. E para que ela possa ser aberta à análise é fundamental que haja a confiança. Cabe a nós, formadores, agir neste sentido e deixar de lado a ideia de que a resistência às mudanças é mera indisposição aos processos formativos. Considerar que elas podem estar assentadas na insegurança e falta de confiança advinda das relações interpessoais pode nos orientar para a construção de um plano de formação no qual haja espaço para estratégias de aproximação sucessiva e construção ou fortalecimento dos laços.

Para saber mais, assista a íntegra da palestra do professor.

 

Escrito por Sonia Barreira – educadora há 40 anos, fundadora da Escola da Vila e diretora pedagógica da Bahema Educação
Os textos aqui publicados não refletem, necessariamente, a opinião do Centro de Formação.

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