Recentemente, inauguramos uma série de apresentações feitas por professores e professoras das escolas do grupo Bahema, que abordam usos diversos dos ambientes virtuais em suas práticas pedagógicas. Começamos com o uso de recursos voltados para a representação visual do conhecimento na elaboração de esquemas como ferramenta de autorregulação, em um projeto de Ciências Naturais. O segundo encontro foi voltado ao trabalho de língua portuguesa por meio da articulação entre leitura, escrita e revisão em ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Continuamos com o uso dos ambientes virtuais e jogos tradicionais no ensino de História, com a organização de atividades que têm como suporte o recurso de questionário do Moodle e, por fim, encerramos com uma reflexão sobre avaliação em língua portuguesa com o uso de rubricas, também no Moodle. Todos os trabalhos aconteceram nas salas de aula do Ensino Fundamental 2.
Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) podem ser mais um espaço potente de aprendizagem, para além do espaço físico da escola. Assim como qualquer outro espaço usado para uma atividade educacional, é fundamental que seu uso seja planejado e que ofereça suporte, apoio e elementos que viabilizem, fomentem e permitam que os estudantes aprendam, mais e melhor. O AVA oferece uma diversidade de recursos, em diferentes formatos e ordenação; podem estar organizados com diferentes propósitos, para determinados grupos de estudantes; podem ofertar diferentes percursos de aprendizagem, bem como atividades que forneçam devolutivas automáticas, o que permite uma maior autonomia para os estudos; dentre tantas outras possibilidades.
Interações em AVA
O planejamento e a organização de um ambiente virtual requer apropriação técnico-pedagógica dos ambientes, de seus recursos e propósitos, além de uma análise sobre as interações e situações de aprendizagem no universo virtual. As etapas de apropriação tecnológica propostas pelo projeto Apple Classrooms of Tomorrow – ACOT (Apple, 1991) são: exposição, adoção, adaptação, apropriação e inovação.
Não basta apenas compreender o funcionamento técnico de um recurso ou plataforma, é importante que se consiga relacionar os objetivos de aprendizagem, o perfil dos estudantes, os desafios enfrentados, os recursos disponíveis e tantas outras variáveis didáticas. A exposição e a adoção são etapas iniciais do trabalho, considerando o contato com diferentes recursos e seus usos. A etapa de adaptação já prevê um processo de identificação de como o recurso pode ser melhor utilizado para possibilitar um aprendizado mais eficaz por parte dos estudantes. As etapas de apropriação e inovação incluem um processo de avaliação do potencial pedagógico dos recursos e uma maior possibilidade de experimentação criativa e inovadora do digital. Essas etapas não são necessariamente lineares e sequenciais, mas nos ajudam a entender o processo de adoção e de apropriação técnico-pedagógica, importante no uso sistemático do AVA.
Reflexão sobre o uso do digital
Dessa forma, esta série de apresentações busca ampliar o repertório de atividades, recursos e possibilidades de trabalho em sala de aula, com a intenção de avançarmos na reflexão sobre o uso do digital, as interações e os processos de aprendizagem, bem como nas questões mais técnicas envolvidas. Assim, esperamos oferecer aos professores e professoras a possibilidade de avançar na apropriação do digital, voltada ao aprimoramento das aprendizagens.
Levando em consideração as etapas de apropriação mencionadas, pense em um recurso digital que gostaria de usar ou já usou em uma ação pedagógica: em qual etapa você se encontra?
Escrito por Helena Andrade Mendonça – Coordenadora de Tecnologias Educacionais do Grupo Bahema Educação
Acesse o link para se inscrever no módulo Construção de Ambientes Virtuais de Aprendizagem: o desafio do professor contemporâneo.