por Lilian Ceile
Os diferentes tipos de jogos fazem parte da vida, especialmente na infância, e despertam grandes interesses, incentivando, muitas vezes, a participação e o envolvimento.
Muito já se estudou, já se escreveu e se discutiu sobre a importância dos jogos, seja da perspectiva psicológica, seja pedagógica, com destaque para o desenvolvimento das habilidades sociais e emocionais, para aprender a “trabalhar com o outro” e a cooperar, como espaço para aprender a planejar, a tomar decisões, a resolver problemas etc.
Inspirados pelos movimentos da Escola Nova, os jogos ganham presença nos contextos escolares, também em relação ao ensino da matemática. Hoje, é possível dizer que há quase um consenso de que a presença dos jogos nas aulas é indicador de práticas de ensino inovadoras e de qualidade: motivam, envolvem e promovem aprendizagem.
Ainda que tais aspectos sejam reconhecidos, parece importante discutir algumas ideias que foram se construindo ao longo dos últimos anos, talvez décadas: jogar nas aulas de matemática é importante porque a criança aprende brincando; ao jogar a criança aprende porque é divertido e se distrai, aprende “quase sem perceber que é matemática”; o jogo torna a matemática concreta para as crianças. Nessa perspectiva, o jogo se esgota em si mesmo e é considerado suficiente para o processo de ensino e de aprendizagem.
Seriam essas ideias suficientes para o desenvolvimento do trabalho escolar? A aprendizagem da matemática é direta, e, automaticamente, decorrente da experiência de jogar? Se sim, por que ainda enfrentamos tantos desafios na promoção das aprendizagens neste componente curricular?
Partimos de um posicionamento didático que considera essencial que a matemática que se desenvolve na escola guarde certa semelhança com o trabalho dos matemáticos: que tenha origem a partir da resolução de problemas e na mobilização dos conhecimentos disponíveis para elaborar soluções para novas situações, para comunicá-las, discuti-las e validá-las com os outros, para reconhecer, nas diferentes situações (com o apoio das/os professores), relações entre os conhecimentos produzidos e os saberes culturais que se espera que sejam construídos na escola. Diante disso, temos nos perguntado: quais são as condições para que o jogo se torne um recurso efetivo e potente para promover a aprendizagem dos conteúdos matemáticos de todas as crianças?
Propondo “novos olhares para temas bastante conhecidos”, como é o caso dos jogos no ensino da matemática, pretendemos discutir essas e outras questões durante o curso “Os jogos favorecem as aprendizagens matemáticas. Sempre? Como?”. Para tanto, vamos jogar e analisar jogos e situações didáticas que envolvam o ensino dos números e do sistema de numeração, do cálculo mental, das frações e da geometria. Até breve!
Programação de Inverno 2024 no Centro de Formação da Vila
Veja abaixo o link de alguns cursos da nossa Programação e acompanhe as postagens no
Blog do Centro de Formação da Vila.
Como criar ambientes alfabetizadores potentes
Educação antirracista nos anos iniciais do Ensino Fundamental
Currículo e avaliação formativa nas Ciências da Natureza
Discurso argumentativo no Ensino Fundamental II: leitura, escrita e oralidade
Os jogos favorecem as aprendizagens matemáticas. Sempre? Como?
STEAM e Maker: reflexões e propostas para engajar estudantes ativos
Aprender a escrever escrevendo. Propostas didáticas para a formação de escritores competentes
Caminhos na leitura de livros ilustrados – da estética literária à perspectiva antirracista
Os nomes próprios e as palavras de referência no processo de alfabetização
Leitura literária nas aulas de inglês: língua e cultura na construção de um currículo decolonial
Atividades diversificadas: avaliação e planejamento em salas de alfabetização
Educação Digital: riscos, desafios e potencialidade pedagógica da IA na sala de aula
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Descolonizando o Ensino: Integração da Legislação Educacional e Práticas Pedagógicas Insurgentes