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Viagem pedagógica – o que levamos e o que trazemos em nossa bagagem? Parte 2

Durante o Tour nas escolas que visitamos, além das conversas com as equipes, tivemos a oportunidade de trazer em nossa bagagem propostas inovadoras. Continue conosco nessa viagem pedagógica enriquecedora.

Viagem pedagógica – Oficinas

Nesta semana também tivemos duas oficinas. Uma, com a participação do grupo todo, coordenada por Leo Burd, brasileiro que é diretor do programa de Aprendizagem Criativa e pesquisador do MIT Media Lab; outra, que foi com parte do grupo, sobre arte e educação. Oficinas são situações em que colocamos a mão na massa e, ao fazer isso, podemos refletir tanto sobre nossos próprios processos de aprendizagem de um conteúdo como sobre a própria situação, para poder entender melhor as situações de sala de aula.

1. Aprendizagem Criativa

A primeira, logo na segunda-feira, foi uma maneira interessante de colocar pessoas que estavam se conhecendo em uma situação que teriam de trabalhar juntas, de forma colaborativa e, ainda, refletir sobre conceitos com os quais iríamos nos deparar nos dias seguintes.
Fomos convidados a desenvolver soluções futuristas a partir de quatro temas. Recebemos um convite dos organizadores da oficina para criar modelos que apresentassem mobilidade, moda, brincadeiras e habitação daqui a cem anos. Tínhamos quatro mesas com materiais variados (papéis, cartolinas, canudos, arames entre outros) – 6 a 8 pessoas em cada grupo e menos de uma hora para dar conta do recado.

Independente do resultado – que foi muito bom – o processo foi o mais importante. Tivemos de compartilhar conceitos, criar uma base comum de ideias e, então, partir para a produção que articulou projetos pessoais com o projeto coletivo.
Visitamos os projetos dos outros grupos, fizemos críticas, elogios e sugestões; debatemos os conceitos subjacentes.

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O que experimentamos nessas duas horas serviu para que compreendêssemos com mais profundidade muitas das instituições que visitamos, pois ficou claro o significado do conceito aprendizagem criativa que permeia muitos de seus projetos. Resumindo em poucas palavras: trata-se de aprender criando soluções para problemas inventados ou reais que demandam conceitualização, colaboração, aprofundamento e algum tipo de produção de protótipos, planos, apresentações, entre outros.

Fun fact: O termo aprendizagem criativa foi cunhado por Seymour Pappert, aprofundado por Mitchel Resnick e largamente difundido no Brasil por Leo Burd e sua equipe.

Segundo Resnick, em seu texto Dê uma chance aos Ps: Projetos, Parcerias, Paixão e Pensar brincando explica os Ps da seguinte forma:

  • Projetos. As pessoas aprendem melhor quando trabalham ativamente em projetos que sejam significativos para si ─ gerando novas ideias, desenvolvendo protótipos e refinando repetidamente.
  • Parcerias. A aprendizagem ocorre naturalmente quando é feita como uma atividade social, com pessoas compartilhando ideias, colaborando em projetos e ajudando no trabalho umas das outras.
  • Paixão. Quando as pessoas trabalham em projetos com os quais se importam, elas trabalham por mais tempo, se esforçam mais, persistem diante dos desafios e aprendem mais nesse processo.
  • Pensar brincando. A aprendizagem envolve experiências divertidas, como: testar coisas novas, explorar livremente diferentes materiais, testar limites, assumir riscos e repetir algo várias e várias vezes.

Saiba mais.

2. Museum of Fine Arts de Boston

Esta oficina também colocou o grupo em contato com conceitos e metodologia mas, neste caso, voltados à aprendizagem de Arte. Os participantes foram apresentados à forma como o museu conduz o trabalho com escolas, principalmente com crianças menores e, depois, fizeram uma visita ao acervo na qual puderam apreciar as obras conforme haviam aprendido.

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A VTS (Visual Thinking Strategies) é, por um lado, “uma ONG  de ensino baseada em pesquisa que acredita que a discussão ponderada e facilitada da arte ativa o aprendizado transformacional acessível a todos” e, por outro, um “método de facilitação centrado no aluno para criar discussões inclusivas”. Eles desenvolvem programas desenvolvimento profissional que fornecem “as ferramentas para se tornarem facilitadores habilidosos de conversas complexas”, além de “currículos de sala de aula acessíveis que apoiam o pensamento crítico, a alfabetização visual, a comunicação e as habilidades de colaboração”.

A forma de condução da apreciação engloba três perguntas básicas (O que está acontecendo nesta imagem? O que faz com que você diga isso? O que mais podemos descobrir?) que permitem um mergulho na obra.

Assista a um vídeo sobre VTS:

Das duas oficinas levamos não só́ novos conceitos e metodologias, mas, principalmente, o conhecimento de como isso é vivido por crianças e jovens para incluir em nossa bagagem.

 

Não perca a terceira parte dessa deliciosa viagem pedagógica na próxima publicação.

1 comment

  1. Viagem pedagógica - o que levamos e o que trazemos em nossa bagagem? Parte 3

    […] Ao longo dos cinco dias tivemos momentos todos juntos, outros em que nos dividimos em dois e, ainda, momentos de grupos menores – até porque em muitos momentos tivemos que ir a lugares diferentes, pois algumas instituições preferiam não receber grupos grandes como o nosso. Isso permitiu que pudéssemos conhecer mais de perto cada um dos integrantes e, também, que as experiências fossem variadas. […]

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